domingo, 7 de fevereiro de 2016

Um Bom Dia

Do que é feito um bom dia? Um bom dia é feito apenas de bons momentos? Ou será que os dias bons também são feitos de dias em que nem tudo dá certo? Será que o dia bom nasce da tranquilidade de um dia em que não há dificuldades, ou será que um bom dia raia da vitória sobre os momentos ruins? Será que isso é o que define um bom dia? A contabilidade de momentos bons ou maus e a vitória sobre eles? Talvez um bom dia alvoresça da alegria no coração ao ver um por-do-sol, ao olhar nos olhos do seu amor, ao ver a beleza da natureza, das árvores, dos montes, da campina, de vencer os seus limites, bem como de receber aquilo que a tanto se espera. Talvez de algumas dessas coisas, talvez de apenas uma delas. É muito difícil definir o que define um bom dia, mas eu tenho alguma certeza de que hoje, para mim, está sendo um desses. E o que eu desejo pra você? Um bom dia.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Uma pequena história

Ele abriu a porta lentamente. Todas as luzes da casa estavam apagadas, mas a luz do dia adentrava pela fresta da porta que se abria. Já fazia muito tempo, mas ele tentou ligar a luz mesmo assim. Confirmado. A luz não ligava, mais uma coisa que teria que consertar. Ele então fechou a porta e abriu as cortinas, era uma bonita casa, provavelmente não a mais bonita da cidade, mas ainda assim guardava a sua beleza. Tudo ali lhe lembrava alguma coisa, e principalmente o arquivo que ele finalmente encontrara. Abriu. Ali estavam os seus textos antigos, ele ria com alguns, e se impressionava com os erros cometidos na redação de outros. Ou todos. Quase. Mas ainda assim ele lembrava que algumas pessoas pareciam gostar deles, fez daquele arquivo quase que seu diário pessoal, e, através de uma escrita quase que codificada (ainda que não muito bem codificada, convenhamos) expunha seus medos, temores e anseios. E, por falar em lembrar, como já dissemos, tudo ali trazia alguma lembrança, e ele era assim, sempre que se lembrava de alguma coisa, via o seu eu no passado, pensava em suas falhas, ou alguma outra coisa, e isso de alguma forma lhe trazia uma certa… dor? Amargor? É difícil definir, mas ele se sentia falho. Não era amargo, por mais que os golpes da vida o acertassem - e eles acertam todo mundo - ele sempre encontrava um motivo pra sorrir. Se sentou à mesa. Olhou pela janela, o olhar distante. O papel à sua frente. Pegou um lápis e começou a escrever…

-Preciso lembrar de consertar as luzes - pensou. E então voltou a escrever.